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Aparições

  • Foto do escritor: Ticiano Leony
    Ticiano Leony
  • 23 de ago. de 2021
  • 3 min de leitura

Aparições


Ticiano Leony


Estamos em 2021, um pouco depois do meio do ano.

Há uns três meses, início do outono, comecei a ver “visitas” no meu quarto na casa de Praia do Forte.

Sou, por natureza, ou seja, por herança genética, um cético. Passo longe, distante, de poder ser considerado um crente. Acho fantástico, espetacular a pessoa ter fé! Seja a fé de meu tio Climério, irmão de minha mãe, tão confiante nas coisas de Deus e dos Santos que foi ordenado padre secular da igreja Católica Romana, terminando sua vida como Bispo. Ou a fé imensa de minha filha Letícia, católica fervorosa, crente exemplar! Por estes dois exemplos familiares defendo que fé é mérito, característica do DNA. Pois bem. Temos uma amiga querida que também tem ardorosa fé, só que a crença professada por ela é nos espíritos! Ela tanto crê nas “almas do outro mundo” que defende que toda a minha escrita de livros, contos e romances advém do além! Ou seja, não tenho mérito algum como escritor já que tudo me é ditado do outro lado da vida. Por isto relutei tanto em deitar no papel estas palavras que intitulei “aparições”! Conquanto seja cético, mesmo por contrassenso, evitei o quanto pude perpetrar este testemunho. Mas se não creio, por que temer? Então decidi contar o que se tem passado. Várias vezes, ao acordar no meio da noite de Praia do Forte, ainda que não tenha necessidade fisiológica de ir ao banheiro urinar, comecei a ver contra o vão da porta de entrada do meu quarto, bem fechado e escuro, uma claridade. Não é uma claridade de luz artificial ou zenital! Não! É uma claridade diferente, como algo divino ou extraterreno. Resplandecente. Sob a luz clara e ao mesmo tempo diáfana, três vultos sem faces: de um lado, um masculino, alto e esguio, mais para o alvo e do lado oposto dois outros vultos femininos, um mais alto de cor verde diáfana e outro menor, azul, nas mesmas condições de luz vaporosa emitida de dentro para fora do que seriam os corpos, se é que me entendem. Pois bem. Nem todos sabem, mas me acidentei há muitos anos e perdi a minha esposa grávida e meu filho mais velho. Não sei se no além os espíritos crescem de tamanho, nascem ou se tornam fisicamente ou visualmente adultos. Mas me ponho a pensar se o vulto masculino mais velho não seria o de meu filho já grande e os femininos seriam minha mulher e a meninazinha a minha filha que estava, àquela altura, no ventre da mãe e nasceu no mundo espiritual! Será? Eles têm aparecido com alguma frequência, não todas as noites, mas invariavelmente uma vez ou duas por semana. Depois que vou ao banheiro e volto para o quarto eles ainda estão lá. Então me deito e durmo profundamente e quase de forma instantânea como se houvesse sido hipnotizado. Numa das últimas aparições, no vão contíguo ao que eles aparecem, percebi outras duas presenças. Eram diferentes, sem a mesma iluminação e com forma de adultos idosos como se espíritos antigos já não fossem tão iluminados! Conversavam entre si. Tive a nítida impressão que “resolviam” algo em relação à mim, como o lugar e como devo deixar este mundo. Resolvi gravar para ficar consignado por escrito para posterior averiguação. Espero que estivessem julgando e discutindo se eu tenho merecimento para morrer dormindo!


 
 
 

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Ticiano Leony 

Av. do Farol, 2408 Praia do Forte CEP 48.287-000 Mata de São João, BA

Prazo para entrega: Até 15 dias

Email: teleony@gmail.com 

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